quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Malta, um estranho paraíso

Malta é um país estranho e desconhecido, principalmente para nós, brasileiros, acostumados a viver em um país com dimensões continentais, onde levamos mais de cinco dias de carro para ir de Porto Alegre - RS até Natal - RN, percorrendo aproximadamente 4.000 km. Já em Malta, se você sair de carro bem cedinho de qualquer cidade, poderá conhecer todo o país em apenas um dia.
Entretanto, Malta é muito mais antiga do que o Brasil. Os primeiros achados arqueológicos são de aproximadamente 3800 A.C e é possível encontrar estes vestígios na ilha visitando os vários sítios arqueológicos espalhados em diversos pontos de Malta.
Malta foi palco de inúmeras batalhas e guerras, pois era um território muito disputado entre os fenícios, cartagineses, romanos e outros povos, em função de sua localização estratégica. No decorrer de sua turbulenta história, Malta desempenhou um papel importante nas lutas pelo domínio do Mediterrâneo e nas relações entre as culturas européia, norte - africana e do Oriente Médio.
Também passou por Malta o famoso Napoleão Bonaparte, em 1798, tirando o poder dos cavaleiros da Ordem de São João. Em 1814, a Grã-Bretanha assumiu o controle da ilha, e nela permaneceu por um longo período, sendo que Malta se aliou aos ingleses nas duas Guerras Mundiais. Em 1964 Malta obteve a independência e, dez anos depois, tornou-se uma república e os últimos laços com o Reino Unido foram rompidos. Desde meados dos anos 1980 Malta tem evoluído, transformando-se em um destino turístico, um centro financeiro e um ponto de transbordo de carga.
Malta vem sofrendo várias reformas desde 1987, seja por questões políticas ou ajustes econômicos, como a adequação do país dentro das normas da União Européia (união feita em 2004). Em 2008 implementou o euro, o que transformou completamente a economia maltesa, deixando a mesma mais acessível aos brasileiros e a outros povos, pois anteriormente circulavam somente magnatas europeus devido ao alto valor da lira maltesa, bem mais valorizada que o euro.
Por ter um espaço rural muito pequeno, a produção da agricultura é limitada, e somente alguns camponeses cultivam alguns legumes e verduras durante o ano todo, abastecendo as famílias de forma ordenada e sem desperdícios.. Somente 40% da área da ilha é aproveitada para a agricultura devido ao alto índice populacional, sendo assim, é necessário a importação de alimentos para abastecer o mercado, que são subsidiados pelo governo. Pasmem: até a água é importada em Malta! A ilha quase não possui água doce, pois produz somente 20% de seus alimentos e não possui recursos naturais de energia. Para contrapor, a Ilha possui uma pesca abundante com uma variedade de pescados e frutos do mar.
Portanto, a economia é altamente dependente do comércio e dos serviços exteriores. A indústria naval, com o segmento de conserto de navios, e o turismo são as molas propulsoras da economia do país, auxiliadas pela indústria de eletrônicos e de confecções têxteis.
Malta está apostando agora no turismo de estudantes, investindo na qualidade das escolas de ensino da língua inglesa, sendo mais de 25 instituições de ensino, algumas franquias mundiais, e outros investimentos dos próprios malteses, que levam o ensino de uma forma conservadora, bem dentro da visão educacional britânica. Atualmente a ilha possui 400 mil habitantes e mais de 90 mil estudantes de diversas nacionalidades, principalmente europeus, o que transforma Malta em um país multi diversificado em todos os sentidos.
Vale a pena vivenciar esse pequeno paraíso.

[Texto por: Vania Moletta, agente de viagens da Conexão Malta]